Objetivo é reduzir desmatamento no Cerrado, Amazônia e Caatinga. Carvão vegetal é utilizado pela indústria na produção do aço.
Com a presença da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, organizações não governamentais e empresas da cadeia produtiva de aço firmaram pacto nesta quinta-feira (12) que coíbe o desmate ilegal nos biomas do país devido à exploração do carvão vegetal.
O grupo de trabalho, chamado “GT do Carvão Sustentável”, pretende estabelecer regras independentes para a compra e venda da matéria-prima, além de aumentar a efetividade de sistemas de rastreamento no combate ao comércio ilegal e trabalho escravo nas carvoarias.
As ações fortaleceriam a fiscalização já feita pelo governo federal, por meio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama).
Pressão ambiental
Durante o lançamento do pacto, realizado em São Paulo, a ministra Izabella Teixeira disse que nos últimos dez anos o consumo de carvão vegetal no Brasil aumentou 50%, o que causa uma pressão nos biomas.
Durante o lançamento do pacto, realizado em São Paulo, a ministra Izabella Teixeira disse que nos últimos dez anos o consumo de carvão vegetal no Brasil aumentou 50%, o que causa uma pressão nos biomas.
"Isso fez com que a exploração, que antes era principalmente no Cerrado, se expandisse para outros biomas, como a Amazônia, principalmente no Pará e no Maranhão. Não tem sentido destruir a biodiversidade para fazer carvão vegetal”, disse.
A preocupação da ministra é que se nada for feito pelo setor para atender a demanda nos próximos anos, pode ocorrer uma maior supressão de floresta nativa no Cerrado, na Amazônia e na Caatinga. Izabella informou que atualmente, 50% de todo carvão vegetal produzido no país vem de áreas plantadas e o restante de floresta nativa “não necessariamente desmatada de forma ilegal”.
Dados
De acordo com dados preliminares de uma pesquisa realizada pelas ONGs WWF, Instituto Ethos, Fundación Avina e Repórter Brasil, até 2020 será necessário 1 milhão de km² de floresta plantada no país para suprir a demanda industrial.
De acordo com dados preliminares de uma pesquisa realizada pelas ONGs WWF, Instituto Ethos, Fundación Avina e Repórter Brasil, até 2020 será necessário 1 milhão de km² de floresta plantada no país para suprir a demanda industrial.
É como se, nos próximos oito anos, as empresas plantassem eucalipto e outras árvores de crescimento rápido em uma área equivalente a mais de quatro vezes o tamanho do estado de São Paulo. Atualmente, o Brasil tem cerca de 70 mil km² de floresta plantada destinada à produção de carvão, papel e celulose.
“Tem muito pouca floresta plantada, um dos propósitos desse grupo de trabalho é ‘sentar’ com a indústria e ter uma claridade sobre exatamente de quanto temos de florestas plantadas e em quanto tempo vamos tê-las”, disse Michael Becker, coordenador do programa Cerrado/Pantanal do WWF.
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