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Agressividade do diabo-da-tasmânia o torna propenso a ter tumores letais

.. terça-feira, 4 de setembro de 2012

Mordidas entre indivíduos na Austrália fazem com que infecção se espalhe. Câncer facial aumenta até causar deformações que impedem alimentação.


A agressividade dos diabos-da-tasmânia, marsupiais que vivem no sul da Austrália, aumenta o risco de tumores de face mortais na espécie, o que tem deixado esses animais à beira da extinção, segundo um novo estudo publicado na revista da Sociedade Ecológica Britânica.
Os pesquisadores da Universidade da Tasmânia analisaram, entre 2006 e 2010, 300 "demônios" que habitam a região de Cradle Mountain.
Os autores descobriram que os bichos que mais mordiam outros indivíduos já infectados por um vírus tinham mais câncer de boca e acabavam morrendo em 100% dos casos, por conta de deformações que os impediam de se alimentar.
Isso porque o ataque acabava espalhando o vírus entre os agressores – chamados pelos estudiosos de "super-receptores" de tumor. De acordo com os cientistas liderados por Rodrigo Hamede, os diabos-da-tasmânia contaminados tinham entre 0 e 4 mordidas, enquanto os saudáveis apresentavam entre 5 e 15, ou seja, eram mais vítimas.
Diabo da Tasmânia (Foto: Greg Wood/Arquivo AFP )Agressividade do diabo-da-tasmânia faz com que contraia câncer de outros (Foto: Greg Wood/Arquivo AFP)
Os cientistas apontam que, desde que foi descoberta em 1996, essa doença já eliminou mais de 60% da espécie.
A alta taxa de mortalidade por causa desses tumores representa uma "pressão adicional" na redução da população desses mamíferos. Por essa razão, Hamede espera que o processo evolutivo se acelere, para permitir que esses carnívoros diminuam a agressividade e aprendam a coexistir com a doença.
Diabo da Tasmânia (Foto: Greg Wood/Arquivo AFP)Espécie nativa do sul da Austrália está seriamente ameaçada de extinção (Foto: Greg Wood/Arquivo AFP)
O diabo-da-tasmânia está incluído na lista nacional da Austrália de animais em perigo de extinção e também na lista vermelha da Organização das Nações Unidas (ONU) por considerar que, em um prazo de 25 a 35 anos, pode desaparecer se antes não for encontrada uma cura para esse câncer facial.

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